Uma novela emocionante, passada no meio da floresta amazônica, contando histórias de amor, drama, aventura e coragem. A história de Rosinha, que sofria nas mãos do pai beberrão e bruto, mas ao conhecer Edvaldo acha que sua vida mudará para melhor. Edvaldo, apesar de amar Rosinha, não resiste à febre do ouro e segue o destino da maioria dos homens da região: vai para um garimpo sonhando bamburrar – verbo que na Amazônia significa achar muito ouro, enriquecer. Ele quer bamburrar para dar uma vida melhor para Rosinha. Quando ele parte para o garimpo, entretanto, as coisas começam a mudar . Ouçam “Amazônia”, uma novela de arrepiar!
Sula Sevilles, apresentadora do programa Ponto de Encontro
Em
sua primeira década, a Rádio Nacional da Amazônia consagrou seu sucesso. As
cartas chegavam aos milhares; à participação dos ouvintes se tornou constante, com
pedidos musicais, declarações de amor por aquele trabalho que era capaz de levar
informações aos lugares mais remotos.
Entre as cartas, muitas delas se destacavam pelos recados a procura de parentes e amigos
que durante muitos anos não davam notícias. Para atender essas demandas, de uma
conversa das então produtoras, Artemisa Azevedo e Sula Sevilles, em março de 1985, nasceu o programa Ponto de Encontro.
Durante
seus dois primeiro meses o Ponto de Encontro foi apresentado por Sula Sevilles
e Mauricio Fares, que deixou o programa em maio do mesmo ano, e durante quase
dois anos Sula ficaria só na apresentação, até que em 1987 o programa recebeu
Mauricio Rabelo. Levado ao ar diariamente, sempre das 10h ás 12h, o programa
apresentava quadros com a previsão do tempo; horóscopo, notícias da Amazônia,
curiosidades, correspondência e recados.
Na década
de 90, o Ponto de Encontro passou por algumas transformações. Em 1990, além das
cartas, os ouvintes passaram a ser atendidos por telefone. As histórias de
reencontro de amigos e familiares já faziam parte da trajetória do Ponto de
Encontro. Em 1993, Sula tem seu segundo filho e passa quase um ano longe dos
microfones, e o programa passa a ser apresentado apenas por Mauricio Rabelo. Em
1999, Mauricio Rabelo já havia deixado o programa, e naquele ano Sula também o
deixaria para apresentar e editar a Voz do Brasil. Com a
saída de Sula e Mauricio, o comando do programa fica com Carlos Moreira que
ficaria no comando do programa até 2003, quando Sula Sevilles volta à
apresentação. No final de 2004 o programa passa por mais algumas transformações, em
função do aumento de recados, os quadros foram extintos, passando a contar com uma
entrevista, recados, cartas, e a sua ultima hora passou a ser integralmente
destinado ao atendimento dos ouvintes por telefone.
Sulla
Sevilles percorre as paredes de sua memória e conta algumas das histórias que
passaram pelo Ponto de Encontro e que mexeram com sua emoção. “No dia a dia são
muitas alegrias. Uma das mais fortes foi o fato da nossa ouvinte Maria José
Borges, de Pindorama, no Tocantins, colocar o nome da filha dela de Carmen
Krissula, que é meu nome”.
Vinhetas - Ponto de Encontro (2012)
Dos
reencontros de famílias Sula destaca. “Me emocionei, quando uma jovem de 22
anos contou que conheceu seu pai biológico, outra senhora conheceu a tia, 60
anos depois. Tem a história da Cleomália, de Pacajá, no Pará, que conseguiu
reencontrar o filho, de quem não tinha notícias desde muito pequeno e o
reencontrou com 14 anos. O reencontro foi muito sofrido. No dia que o menino
estava indo conhecê-la o pai dele, que o criava, morreu. Dias depois ele foi
conhecer a mãe, foi viver com ela, não deu certo, ele fugiu, tratou a mãe muito
mal, mas agora, ele já cresceu, e tudo mudou. O menino agora rapaz, trata a mãe
com carinho e respeito”.
Além das
histórias de reencontros existem as histórias de amor que se constituíram
através do programa. “Tem uma história interessante, de uma jovem que procurava
seu marido desaparecido porque não estava conseguindo criar dois filhos muito
pequenos. Ela acabou conhecendo outro rapaz, casou-se e vive feliz. E depois de
alguns anos, voltou a procurar o pai dos filhos dela e ele então apareceu”,
lembra Sula Sevilles.
Em 2011
mais de 100 famílias se encontraram através do Ponto de Encontro. E o programa
não emociona apenas a sua locutora, mas muitos dos ouvintes que tem a Rádio
Nacional da Amazônia como o mais importante canal de informação e diversão. Mensalmente
o programa atende aproximadamente 350 cartas e recebe mais de 800 ligações.
As
histórias de procura e reencontro se repetem. Em 10 de agosto de 2012, a
ouvinte Ires, de Xinguara (Pa), ligou para o Ponto de Encontro para agradecer a
Sula, por que através do programa seu esposo conseguiu encontrar o irmão depois
de 10 anos sem noticias. Rádio Nacional da Amazônia - Ponto de Encontro (10.08.2012)
E ao
mesmo tempo as ligações atendidas ao vivo emocionam, no programa de 08/08, Luiza,
de Passagem Franca (Ma), depois de décadas ouvindo o programa conseguiu pela
primeira vez falar com a Sula e contou que tem deficiência de visão e o
programa é a maior razão da sua vontade de viver. “Você é que me dá alegria no
coração, eu perdi a visão do meu olho, sic, e você que me dá alegria, você que
me dar vontade de comer ouvindo o seu programa, você que me dá tudo através de
Deus, ai vem a sua felicidade para mim”.
Rádio Nacional da Amazônia - Ponto de Encontro (08.08.2012) Roteiros
Roteiro do quadro "Curiosidades do Dia" veiculado em 07/09/2004, no programa Ponto de Encontro.
Roteiro do quadro "Receita da Floresta" veiculado em 07/09/2004, no programa Ponto de Encontro.
Pouco tempo depois de sua primeira década, a Rádio Nacional da Amazônia se torna pioneira nas discussões das questões ambientais. Nos anos 90 a emissora coloca no ar o programa Natureza Viva, que em 1992 foi reformulado pelo jornalista Paulo Lyra, numa tentativa de traduzir o conceito de sustentabilidade, difundido durante a Rio 92.
Graças a uma parceria entre o Fundo Mundial para a Natureza (WWF- Brasil) e o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), após passar pela reformulação, em 29 de maio de 1993, a então Radiobrás, hoje Empresa Brasil de Comunicação (EBC), dá início a transmissão semanal do Natureza Viva, em nova fase e horário.
Marina Silva, ambientalista engajada, pedagoga e política brasileira, quando Ministra do Meio Ambiente teve oportunidade de falar sobre a importância do Natureza Viva como um programa que ousou traduzir para os ribeirinhos da Amazônia temas como conservação e desenvolvimento sustentável, em uma época em que a maior parte da população ainda não entendia o que isso significava.
“Já tive a oportunidade de participar muitas vezes do programa Natureza Viva. Ele alcança várias populações de seringueiros, índios, ribeirinhos, pescadores, quebradeiras de coco, dentre outros” (Marina Silva, 2003).
Marina Silva, conclui seu depoimento ressaltando a grande contribuição do programa na luta cotidiana frente aos problemas e desafios ambientais.
“Dar voz às pessoas para que expressem seu cotidiano do ponto de vista social e cultural. Essa é uma grande contribuição e também uma inovação. É fazer rádio para diferentes segmentos que têm um conhecimento vivencial muito grande, mas não têm espaço para ver esse seu conhecimento ser expresso no todo social. O Natureza Viva ganha por tirar do mais particular, do local, aonde as coisas são mais densas, e devolver para a sociedade. Só se expande aquilo que tem densidade” (Marina Silva, 2003).
O projeto
Concebido para durar apenas três anos, Natureza Viva consolidou-se como um canal de expressão para as lideranças amazônidas e é uma referência na promoção da educação ambiental. Os ouvintes que se comunicam com o programa através de cartas dão prova disso. É o caso da carta desabafo de Quinto Emílio D. de Souza, de Xique-Xique (BA) que usou de lápis e papel para protestar contra a poluição dos rios :
“Isso é um absurdo. Recomendam que a população ferva a água para o consumo, ou coloque umas gotas de água sanitária na água para o consumo e permitem jogar lixo e água servida,sic, sem nenhum tratamento, nos lençóis dágua...Os rios do nosso país estão se transformando em verdadeiras fossas ambulantes!” (Quinto Emílio D. de Souza)
Ao longo de seus quase 20 anos, o programa passou por várias fases, mas sempre manteve o formato de revista radiofônica. Inicialmente, ele foi ancorado pela dupla Ida Pietricovsky e Carlos Moreira. Nesse mesmo período, com o apoio do UNIFEM, hoje ONU MULHERES, a jornalista Mara Régia Di Perna, era responsável pelo Natureza Mulher, um quadro dentro do Natureza Viva voltado para a questão de gênero e meio ambiente.
Concluída essa primeira fase, em 1995 o comando do programa passa a ser dividido por Mara e a radialista Rejane Limaverde. Daí pra frente à experiência se amplia com várias viagens de campo às comunidades. Oficinas de comunicação também começam a ser sistematizadas para ouso do rádio no combate às queimadas e incêndios florestais na Amazônia.
O Natureza Viva começa a ser reconhecido e premiado. Prêmio Towards 2000, setembro de 1995; Prêmio Embrapa de Reportagem, novembro de 1995; Troféu Gaia,1996. Em junho desse mesmo ano, quando Natureza Viva comemora o ciclo virtuoso de suas premiações, o presidente da Radiobrás, Maurílio Ferreira, assina a ampliação do contrato de parceria com o Ministro do Meio Ambiente Gustavo Krause, garantindo assim a permanência do programa no ar, diariamente das 7:30 às 8h. A assinatura do contrato foi destaque na Voz do Brasil.
Matéria sobre a nova fase do Natureza Viva, assinada por Patricia Novaes, e veiculada na Voz do Brasil (24.06.1996)
Em 1997, Mara Régia é selecionada pelo concurso de bolsas de estudos e pesquisas da Fundação Mac Arthur com o projeto Mulher nas ondas do rádio, corpo e alma rompem o silêncio. Com base nas cartas da audiência do programa, o projeto se dispôs a potencializar o uso do rádio no trato da saúde da mulher e direitos reprodutivos.
Mara Régia em companhia das Mulheres da Floresta, Pará, 1977.
“Olhe, amiga, estou desesperada. Por favor, me ajude. Tenho 52 anos. Tem um tal de corrimento e uma coceira que me perturba muito. Estou tomando remédio caseiro: alho com sumo de mastruz de folha grossa e malva do reino. Mas mesmo assim quando tenho relação, meu marido diz que estou fedendo! Com isto estou de mão na cabeça. Outra coisa, agora estou sentindo uma dor no fundo da virilha. Gostaria que mostrasse essa carta para uma doutora” (Rosa Vermelha de algum lugar da Amazônia).
Cartas como essa sempre despertam a solidariedade da audiência do programa que compartilha sofrimento com palavras de força e esperança. Sobre o caso de Rosa Vermelha, Maria Amélia do Nascimento de Carvalho, de Curionópolis – (PA) escreveu:
“...fiquei com muita pena daquela amiga que lhe escreveu... Quero dizer a ela que não se desespere.”
Durante os três anos do Projeto Mulher nas ondas.... Mara visitou várias comunidades extrativistas nos limites da Amazônia Legal com oficinas de comunicação e saúde reprodutiva.
Em busca de uma melhor compreensão sobre o funcionamento da geografia do feminino, Mara se utilizava do abacate e da goiaba para a representação do útero e dos ovários. O trabalho final desse projeto culminou com a radionovela “A vida pede passagem, uma história de luz” feita a quatro mãos por Mara e a ginecologista obstetra Lívia Martins que acompanhou Mara em muitas oficinas.
A participação das parteiras tradicionais do Amapá também foi decisiva na concepção da radionovela. As indígenas do Oiapoque, por exemplo, com seu canto gravado nos estúdios da Rádio Difusora de Macapá, transformaram os microfones da RDM em berço para história vivida pelo casal grávido, a Sônia e o Carlos, as amigas, Vera e Gilda , o machista, Carranca, e a parteira Ziquinha. Quem relata a importância da produção é um dos ouvintes, Marcos Antonio Tolentino, de Espinosa (MG):
“Estimada Mara, gostei muito da radionovela “A Vida pede passagem”. Esta novela ressaltou a importância de a mulher fazer o pré-natal e de optar pelo parto natural”.
Trecho da radionovela "A vida pede passagem, uma história", gravada em dezembro de 1999, nos estúdios da Rádio Difusora de Macapá.
Natureza Viva/ Natureza Mulher sempre foi um aliado na luta pela humanização do parto. Durante o desenvolvimento do Projeto Mulher nas ondas…. Mara encaminhou 150 cartas-denúncia à CPI da Mortalidade Materna instalada na Câmara dos Deputados no ano 2000. O dossiê consta dos anais da instituição.
Mulher nas ondas do rádio, corpo e alma rompem o silêncio
O fotógrafo Pedro Martinelli e o documentarista Gavin Andrews registraram a experiência. As fotos de Pedro são propriedade da Fundação e o documentário de Gavin “Somos parteiras”, lançado no II Encontro Internacional das Parteiras Tradicionais do Amapá, maio 2012, pode ser visto em: http://vimeo.com/42920215.
Na trilha do sucesso dessas iniciativas Natureza Viva foi Finalista Prêmio Ibero-americano, Unicef 1999; Finalista Prêmio Ayrton Senna, março de 2000 e 2001; Prêmio Cidadania, julho de 2002 e 2003.
Em sintonia com o trabalho desenvolvido como bolsista, Mara também amplia uma rede de repórteres Maritacas e Beija-Flores ligada ao programa na defesa da floresta e no trato das questões de gênero.
Iracema Freitas Silva, de Conceição do Araguaia, (PA), em uma de suas cartas escreveu:
“Sabemos que os seus programas têm contribuído de modo geral com muitas informações sobre saúde, educação e direitos das mulheres na nossa região. Nas reuniões de mulheres, elas sempre discutem a respeito do seu programa. Por isso, estamos solicitando a sua contribuição no sentido de divulgar o trabalho da Secretaria de Mulheres, realizado nas diversas regiões do nosso município.”
A parceria de Rejane Limaverde e Mara Régia encerra-se em 1997. Desde então Mara Régia fica só nos comando dos microfones do Natureza Viva , acompanhada apenas por Maria Bella, personagem infantil, interpretada pela própria Mara, no quadro Natureza Criança. Belinha nasceu muito antes da criação do Natureza Viva, quando Mara Régia era apenas produtora de alguns programas da Nacional da Amazônia, como o Clube o Ouvinte. Na radionovela infanto-juvenil, História do Dito Gaioleiro, adaptada por Heleninha Bortone do livro “O Fazedor de Gaiolas”, de Jennart Moutinho Ribeiro, e veiculada pela Rádio Nacional da Amazônia, em janeiro de 1980, Mara interpretava a personagem Estelinha, que entre os amigos era chamada de Belinha.
Maria Bella por mais de mais de 10 anos, de maneira lúdica, fazia educação ambiental com as crianças da Amazônia. Em 26 de junho de 2008 Belinha saiu do ar porque perdeu sua idealizadora, a radialista Heleninha Bortone. O luto transformou-se em homenagem póstuma.
Natureza Viva nas universidades
Da mesma forma que as “Cartas da Amazônia” ajudaram Mara Régia a formatar o projeto “Mulher nas ondas do Rádio – corpo e alma rompem o silêncio”, Natureza Viva tem ajudado inúmeros trabalhos acadêmicos nas universidades da Amazônia Legal. Várias teses foram publicadas sobre a presença do Natureza Viva nos seringais. Principalmente no Acre onde desde o ano 2000 o programa é retransmitido pela Voz das Selvas, como é popularmente conhecida a Rádio Difusora Acreana.
Em 1998, quando a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) realizou a primeira pesquisa de audiência na área rural da região amazônica, o sucesso do Natureza Viva se traduziu em números. Todos os líderes rurais entrevistados conheciam o programa e 76, 7% deles afirmaram já ter adotado, na prática, pelo menos um conceito ou a informação difundidos pelo Natureza Viva.
Descontinuidade
Apesar da importância cada vez maior dada às questões ambientais, do sucesso do Natureza Viva, evidenciado na pesquisa da Unimep e da audiência, em meados do ano 2000, o governo de Fernando Henrique Cardoso decide interromper a trajetória do programa com a suspensão do contrato de parceria entre o WWF Brasil e GTA – Grupo de Trabalho Amazônico.
O Natureza Viva sai da grade de programação da Rádio Nacional da Amazônia e passa a ser transmitido pela Rádio Difusora Acreana com o apoio do governo do Acre, por meio da Fundação Elias Mansour. Nessa fase, Natureza Viva passa a ser um programa regional, veiculado aos domingos das 5 às 6 horas (horário local), pelo Sistema Difusora de Comunicação, que alcança os municípios de Xapuri, Rio Branco, Sena Madureira, Feijó, Cruzeiro do Sul e Epitaciolândia. Natureza Viva consegue ampliar seu espaço também em rádios comunitárias como Rádio Gameleira FM, do segundo Distrito de Rio Branco.
Retorno a Rádio Nacional da Amazônia
Em 14 de setembro de 2003, já no Governo Lula, o programa retorna à programação da Rádio Nacional da Amazônia com transmissão para toda a Amazônia Legal. Em festa, a audiência comemora: “Ouço o Natureza Viva todos os dias. Adoro tua risada, a gente ri também, não dá para aguentar... Quero lhe agradecer de todo o coração, pois através do Natureza Viva consegui me curar com a receita de alho", esse é o trecho de uma das cartas enviadas por Bernadete Duarte Basílio, de Nova Brasilânda D’Oeste (RO).
Acompanhe o áudio de retorno do Natureza Viva na Rádio Nacional da Amazônia em 14 de setembro de 2003.
No retorno do Natureza Viva a grade de programação da Rádio Nacional da Amazônia, a ouvinte Maria Albuquerque Muniz, de Tucumã (PA) falou da sua paixão pelo programa:
“[...] o Rádio lá para a minha região é igual uma sombra, para onde a gente vai carrega. Para roça, é na cabeça dos tocos, que o pessoal leva o radinho e bota lá e fica ouvindo a equipe Nacional, por que merece, sic. No dia que eu estou em casa é o dia todo. Mara, eu vou lavar roupa, eu levo o meu radinho, dou banho nos locutor da Rádio Nacional, porque cai da taba no igarapé. Dou banho na Mara Régia, dava banho na Tia Heleninha”.
Já Maria de Lourdes Lanes, de Brasiléia (AC) escreveu: “...É que eu estou tão longe! Eu nem sei quantos dias gastam para uma carta chegar aí”. E assim os ouvintes vão dando a dimensão da realidade em que vive, e evidencia a importância de um programa que fale a sua voz.
Já Maria de Lourdes Lanes, de Brasiléia (AC) escreveu: “...É que eu estou tão longe! Eu nem sei quantos dias gastam para uma carta chegar aí”. E assim os ouvintes vão dando a dimensão da realidade em que vive, e evidencia a importância de um programa que fale a sua voz.
A volta do programa à Nacional da Amazônia foi comemorada também com o lançamento de um CD com depoimentos de ouvintes e personalidades, como o da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o jornalista Washignton Novaes, a líder comunitária Raimunda dos Cocos, de São Miguel do Tocantins, entre outros.
O encarte do CD tem ilustrações das cartas feitas pela vovó Maria Almeida Portal, ouvinte de São Domingos do Capim (PA), que ao longo da trajetória do programa tem escrito centenas de carta para a produção do Natureza Viva.
Proteger II
Quando o programa voltou para a Rádio Nacional da Amazônia Mara estava engajada no projeto “Proteger – II”, do GTA- Grupo de Trabalho Amazônico. O Proteger II tinha sob sua responsabilidade a execução de 18 laboratórios de rádio em 07 estados da Amazônia Legal com o objetivo de combater as queimadas e dar visibilidade às experiências sem uso do fogo na região Norte.
O projeto fez do Natureza Viva matriz para a produção de vários programas voltados para a proteção da natureza, e assim ampliar ainda mais a rede de comunicadores populares, chamados de Maritacas e beija-flores.
Em reconhecimento a todo esse trabalho na articulação e mobilização das mulheres amazônidas e por sua atuação contra as desigualdades de gênero através do rádio no Natureza Viva / Natureza Mulher, em 2004 Mara Régia foi indicada ao prêmio Cláudia , categoria Trabalho Social. A audiência, mais uma vez, comemorou, José Maria da Silva Araújo, de Medicilândia (Pa) escreveu :
“Você está de parabéns por este fantástico programa, que nos ajuda muito com informações importantíssimas para todas as mulheres, enfim para todos nós. Mara, eu trabalho como Agente Comunitário de Saúde, na Comunidade Sagrada Família. Trabalho com 50 famílias, pesando as crianças, orientando as famílias. Todos os meses nós se reúne para fazermos a multimistura. Com o seu programa e suas informações aprendemos cada vez mais”.
O trabalho de Mara Régia voltado para as questões de gênero e meio ambiente contribuiu para que 2005 fosse um ano especial na vida da jornalista. Acompanhada por 52 renomadas brasileiras Mara foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, pelo projeto 1000 Mulheres pela Paz. Nesse mesmo ano, Mara Régia é classificada em terceiro lugar no prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente.
Na edição seguinte do prêmio Chico Mendes, Mara volta a ser indicada ao prêmio. Na ocasião a jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum em uma carta poesia, que levou o nome de Carta da Floresta, assim apresentou Mara:
“Mara Régia Di Perna é do tipo que a lenda chega antes, muitas curvas de rios, igarapés, cachoeiras, corredeiras antes. Aconteceu comigo. E acontece com cada repórter, autoridade ou viajante que bota o pé na Amazônia. A nossa cara, o jeito, as roupas, denunciam que viemos do Brasil de longe. E naquelas lonjuras, eles detectam não um rosto, mas uma voz. No ritual de aproximação, em que o visitante e o visitado tentam achar um ponto de ligação, algo que nos torne do mesmo país, que una nossas diferenças, Mara Régia aparece” (Leia a integra da carta).
Mara fica em primeiro lugar na categoria Arte e Cultura. O prêmio concedido pelo Ministério do Meio Ambiente é uma forma de valorizar projetos que contribuem para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Para Mara Régia essa premiação é uma espécie de 2a. certidão de nascimento. É como se ela tivesse nascido de novo na AMAZÔNIA, seu território de amor e de luta em prol dos povos da floresta.
Airton Medeiros, no estúdio da Rádio
Nacional da Amazônia
O
programa Nossa Terra tem como público alvo os agricultores familiares,
extrativistas, das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste.De segunda a sexta-feira, das 17h às 18h45, o
programa leva para os ouvintes informações sobre o meio-ambiente, agronegócio,
pecuária, cooperativismo e novas tecnologias.
O
programa nasceu dentro das comemorações de 26 anos da Rádio Nacional da
Amazônia, em setembro de 2003. Airton Medeiro durante 17 anos apresentou a Voz
do Brasil, dos quais 05 deles foram ao lado de Sula Sevilles, que em 2003
voltou para Nacional, e Airton junto com ela estréia o programa Nossa Terra.
Diariamente
o programa apresenta entrevistas com técnicos de órgãos como Embrapa, Emater,
Incra e Ministérios ligados à área, para trazer informações sobre épocas de
plantio de cada produto, educação e saúde no campo.E ainda a previsão do
tempo para toda a região, enfocando o setor agrícola, com informações diretas
dos Centros Regionais do SIPAM (Sistema Integrado de Proteção à Amazônia) do
Pará e do Amazonas.
Na
trilha do programa são apresentadas músicas regionais, sertanejo e música de
viola. Nas sextas-feiras, na ultima hora do programa Airton Medeiros entrevista
artistas regionais, em um bate papo regrado com muita música.
Em
2004, Sula Sevilles voltou para o programa Ponto de Encontro, que já havia
apresentado antes de passar para Voz do Brasil e Airton Medeiros se torna o
locutor exclusivo do Nossa Terra.
Na
sua estréia o programa contava com apenas uma hora, em 2005 com o fim do
programa Show da Tarde, o Nossa Terra passou a ter duas horas de duração.
Rádio Nacional da Amazônia - Nossa Terra [Vinhetas]
Nas
quintas-feiras o programa apresenta o “Prosa Rural” programete que apresenta as
novidades desenvolvidas pelos pesquisadores da Embrapa, receitas e dicas
práticas para a vida dos agricultores brasileiros.
Para
conhecer a realidade das comunidades da Amazônia Legal, em muitas ocasiões o
programa é apresentado fora dos estúdios da Rádio Nacional da Amazônia. Nas comemorações
de 35 anos da emissora, Airton Medeiros viajará para cidade de Castelo dos
Sonhos, no Pará, onde o programa será apresentado nos dias 06 e 07 de setembro,
na Festa do Boi no Rolete.
Roteiro com a escalada do Jornal da Amazônia de 19/11/2004
Um radiojornal
que pauta os principais acontecimentos da Amazônia Legal e os temas nacionais
que tenham importância para a população da região. Essas são características do
Jornal da Amazônia com transmissão de segunda a sexta-feira pela Rádio Nacional
da Amazônia, em duas edições: a primeira das 12h20 às 12h35; e a segunda das 18h45
às 19h00.
A primeira
edição do Jornal da Amazônia foi ao ar em 14 de junho de 2004, com apresentação
de Magda Calipo, edição de Daniel Costa e Flávio Peixoto, e operação de Nonato
Santos. No início era uma produção da Rádio Nacional da Amazônia, com agências
de noticias, rádios estatais e jornais da região amazônica.
Desde sua
estréia, com apenas uma edição diária, o radiojornal foi um marco na história
da emissora, que apesar de ter formado o seu primeiro núcleo de
radiojornalismo, em 1979, com Clair Cossetin, Elizabel Ferriche e Aranha
Araújo, até então, no que tange ao radiojornalismo predominava a reprodução dos noticiários produzidos pela Rádio Nacional de Brasília AM.
No cenário da
radiodifusão nacional, o Jornal da Amazônia também é pioneiro, foi o primeiro
radiojornal do rádio brasileiro com informações exclusivas para região
amazônica.
O radiojornal
tem seus canais de comunicação abertos para os ouvintes que sugerem pautas,
fazem denuncias e apresentam a realidade das comunidades onde vivem. E essa participação reflete na estrutura do
programa, que ao longo dos seus 08 anos passou por transformações. Um dos exemplos das mudanças é foi a criação do quadro
“Cotação do Ouro” para atender os
ouvintes garimpeiros que escrevem para o Jornal.
Rádio Nacional da Amazônia - Jornal da Amazônia 18h45 (20.06.2012)
Atualmente o Jornal da Amazônia conta com a seguinte equipe:
Editoras:
Sâmia Mendes (1ª edição) e Bianca Paiva (2ª
edição)Repórteres: Juliana Maya, Graziele
Bezerra, Maíra Heinen e Leonardo Catto. Estagiárias:
Amanda Morais, Carolina Alves e Márcia Caldeira. Apresentação:
Maurício Rabelo
O
programa Revista Amazônia nasceu dentro das comemorações de 26 anos da Rádio
Nacional da Amazônia, em 01 de setembro de 2003. No inicio o programa contava com
apresentação de Eduardo Mamcasz e produção de Cleide Oliveira.
O
Revista Amazônia apresentava de segunda a sexta-feira aos ouvintes, das 07h30m
às 08h00m, os fatos que eram destaques nos jornais do dia, da Amazônia. Eram
trinta minutos de informação, reflexão e debates amazônicos. Na primeira parte do programa eram apresentados os destaques das capas dos jornais,
de maneira elucidativa para incitar o debate. O programa seguia com uma
entrevista diária no quadro Conversa Cidadã, que destacava um fato importante que
influenciava diretamente a vida da população da Amazônia Legal. “Sempre que um
fato importante acontecia, a gente chegava junto, na primeira semana, no Conversa
Cidadã, teve Marcos Terena, Marina Silva, etc.”, lembra Eduardo Mamcasz.
O
programa destacava os temas que tinham repercussão nacional, mas que
influenciava diretamente na vida da população ribeirinha, comunidades indígenas,
garimpeiros, quebradeiras de coco, entre outros. Em 31 de março de 2004 o
Revista Amazônia destacou a passagem dos 40 anos do inicio do regime militar no
Brasil.
Rádio Nacional da Amazônia - Revista Amazônia (31.03.2004)
De
21 a 25 de março de 2005, o Revista Amazônia apresentou o radiodocumentário “Amazônia,
Terra Cobiçada” produzida em conjunto pela Rádio Nacional da Amazônia e Agência Nacional,
com edição, redação e locução Eduardo Mamcasz, produção geral de Cleide de
Oliveira, sonoplastia Messias Mello, apresentação de Clemente Drago.
CP. 01 - Amazônia, Terra Cobiçada - QUESTÃO DE SOBERANIA.
CP. 02 - Amazônia, Terra Cobiçada - ESTRATÉGIA DA RESISTÊNCIA.
CP. 03 - Amazônia, Terra Cobiçada - A FORÇA DO TERCEIRO SETOR.
CP. 04 - Amazônia, Terra Cobiçada - A INVASÃO DOS BIOPIRATAS.
CP. 05 - Amazônia, Terra Cobiçada - CAMINHOS DO FUTURO.
Com
apenas dois anos o Revista Amazônia encerrou o sua primeira fase em 2005, quando
deixou de ser veiculado.
Quatro
anos depois, em 25 de abril 2009 o programa Revista Amazônia foi reformulado e voltou a ser
transmitido aos sábados, das 8h às 10h, produzido por Sula Sevillis e
apresentado pelos locutores da Rádio Nacional da Amazônia, em revezamento.
O
programa reprisa as melhores entrevistas que foram veiculadas ao longo da
semana, em toda a programação. Além disso, há programação musical, participação
de repórteres, e a exibição de um quadro inédito, que é um bate-papo, a cada
sábado, com um ponto de cultura diferente da região norte.
O Mosaico é arte e cultura nas ondas da Rádio Nacional da
Amazônia. De segunda a sexta-feira, das 13h30 às 14h, os ouvintes ficam bem
informado sobre a cultura amazônica, brasileira e internacional, em um espaço de
jornalismo cultural.
O programa teve como embrião o quadro Mosaico, que era apresentado por
Morillo Carvalho, às sextas-feiras, no programa Nacional Jovem, de dezembro de 2009 a setembro de 2010.
Ao longo da semana, o Nacional Jovem apresentava o quadro “Melhor de Três”,
em que trechos de três músicas eram veiculados no programa, e na sexta-feira a
música que recebia o maior número de votos de ouvintes era apresentada no
Mosaico. Além da música escolhida pelos ouvintes, o quadro apresentava à agenda
cultural dos eventos que esquentariam a Amazônia no final de semana e
entrevistas com fazedores de cultura.
Rádio Nacional da Amazônia, quadro Mosaico veiculado no programa Nacional Jovem, e 21 de junho de 2010.
Graças ao êxito da iniciativa e para atender à necessidade de um espaço
dedicado às artes na grade da emissora, em 13 de setembro de 2010 o quadro
passou a ser um programa diário com 30 minutos de duração. O “Melhor de Três”
virou o quadro “Trilha Sonora”, as entrevistas deram origem a quadros que
tratam de temática especificas, como arte na internet, espaços de cultura,
teatro e música.
Rádio Nacional da Amazônia - Mosaico (13.09.2010) [Programa de Estreia]
Te Conto um Conto, com uma adaptação do conto o Comprador de Fazenda, de Monteiro Lobato, levada ao ar em 17 de setembro de 2010. Outro quadro que deixou de ser apresentado foi o "Trilha Sonora", que trazia, a cada semana, um tema jornalístico para as músicas que
tocam no programa, sempre relacionadas às datas marcantes para o campo
cultural. O "Trilha Sonora" deixou o programa como parte da reformulação
editorial prevista para as comemorações dos dois anos no ar, em
setembro próximo.
No primeiro semestre de 2011, o programa já se destacava, e a serie “Mãos que
transformam vidas” com Morillo Carvalho, (reportagem e edição); Gustavo Lúcio (produção)
e Messias Melo (sonoplasta), veiculada em fevereiro, foi finalista na categoria
Radiojornalismo do Prêmio Sebrae de Jornalismo 2012. A série formada por quatro
matérias que fala sobre pessoas que fazem arte a partir de materiais
encontrados na natureza - é abordada, ainda, o fato da arte gerar renda e transformar a vida dos artesãos e das comunidades de que eles fazem parte.
Rádio Nacional da Amazônia - Mosaico (Mãos que Transformam Vida / 22.02.2011)
Rádio Nacional da Amazônia - Mosaico (Mãos que Transformam Vida / 23.02.2011)
Rádio Nacional da Amazônia - Mosaico (Mãos que Transformam Vida / 24.02.2011) Rádio Nacional da Amazônia - Mosaico (Mãos que Transformam Vida / 25.02.2011) Os ouvintes que acompanham o programa fazem um passeio por
diferentes manifestações artísticas, música, arte cênica, arte visual, cultura
digital contemporânea e literatura brasileira. Essas características podem ser percebidas
na estrutura dos quadros do programa elaborada por Morillo Carvalho para as
redes sociais do programa:
FlorestaPONTOcom: toda segunda-feira,
um bate-papo sobre cultura na internet.
Casa de arte: toda terça, a
conversa é sobre um espaço cultural da região, sua história, relevância e
acesso ao público.
Radiogaleria: falando sobre artes
visuais, toda quarta-feira. As exposições em cartaz pela região, o Brasil e o
mundo, em um bate-papo que te faz enxergar ouvindo. Aqui também cabe uma boa
prosa sobre cinema, viu?
Radiotablado: nas quintas, o
assunto é arte que se faz no palco, com a licença para o cinema também: as
principais peças em cartaz, as apresentações de dança e os shows que virão no
fim de semana.
Tudo free: [Antes o espaço era
ocupado pelo quadro “Te Conto Um Conto”] afinal, é sexta-feira, e a gente pode
falar sobre o que quiser. O que é notícia, o que desperta debate e o que chama
atenção no universo da arte, é tema para o "tudo free".
Jornalzinho de
Cultura: formado pelos quadros "Notas e Tons" e
"Programe-se", apresenta todos os dias as notícias de cultura do
momento, e também a agenda com o que deve rolar pela região, pelo país e pelo
mundo.